sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Fotos de casa.

O Lustre é muito style, acho que o mais feio que já vi, rs.

Aqui as casas possuem grades e portas de ferro, acho que era pra proteção na época da guerra civíl.
A energia é pré-paga, e essa máquina é o contador.
Nossa sala sem televisão, nessa mesinha eu e o Serginho passamos noitadas trampando e tomando cerveja.
Vista da nossa varanda, e do picanto azul que nos andamos.

Nosso condomínio...
Eu e Serginho na varanda...

Quarto do Lenim, e meu futuro quarto. Quando a família de lenim chegar em Dezembro ele se muda e eu assumo, rs.
Meu atual quarto, é simples mas durmo muito bem nele.
olha os doidos ai...
Quarto de Serginho...
Nossa geladeira...
A gente tentando tirar uma foto de Dona Argentina, mas ela não gosta de fotos.
Corredor...
Nosso Banheiro style retro.

Espero que tenham gostado do tour, abraço.

Voltando a falar de Mozambique.

Um pequeno trecho da resposta ao e-mail de um grande amigo.

Estou realmente vivendo um momento diferente, depois da chegada e da empolgação, bateu muita saudade e dúvida sobre a continuidade do projeto aqui na África, os dias longe de casa, a distância das pessoas queridas e as diferenças culturaisl pesaram muito, fora isso alguns problemas na rotina também me fizeram passar por uma fase nova, fiquei chateado com algumas coisas, e a alegria do recém chegado se apagou por um tempo, por isso a falta de textos no blog, já não tinha mais a mesma energia boa, e não queria dividir isso com ninguém, achei melhor ficar em silêncio, mas tenho lutado contra o desânimo e tentado contornar os problemas, alguns fantasmas já foram embora, outros ainda estam sendo despachados. O poema é belíssimo e veio em boa hora, vou tomar a liberdade de coloca-lo no blog, e faço isso em homenagem a nossa amizade, obrigado por tudo Rafa, em breve estarei de volta pra gente tomar nossas cervejas e rir da vida.

Segue o poema enviado por Rafa para mim.

Ítaca

Quando começares a tua viagem para Ítaca,
reza para que o caminho seja longo,
cheio de aventura e de conhecimento.
Não temas monstros como os Cíclopes ou o zangado Poseidon:
Nunca os encontrarás no teu caminho
enquanto mantiveres o teu espírito elevado,
enquanto uma rara excitação agitar o teu espírito e o teu corpo.
Nunca encontrarás os Cíclopes ou outros monstros
a não ser que os tragas contigo dentro da tua alma,
a não ser que a tua alma os crie em frente a ti.

Deseja que o caminho seja bem longo
para que haja muitas manhãs de verão em que,
com quanto prazer, com tanta alegria,
entres em portos que vês pela primeira vez;
Para que possas parar em postos de comércio fenícios
para comprar coisas finas, madrepérola, coral e âmbar,
e perfumes sensuais de todos os tipos -
tantos quantos puderes encontrar;
e para que possas visitar muitas cidades egípcias
e aprender e continuar sempre a aprender com os seus escolares.

Tem sempre Ítaca na tua mente.
Chegar lá é o teu destino.
Mas não te apresses absolutamente nada na tua viagem.
Será melhor que ela dure muitos anos
para que sejas velho quando chegares à ilha,
rico com tudo o que encontraste no caminho,
sem esperares que Ítaca te traga riquezas.

Ítaca deu-te a tua bela viagem.
Sem ela não terias sequer partido.
Não tem mais nada a dar-te.


E, sábio como te terás tornado,
tão cheio de sabedoria e experiência,
já terás percebido, à chegada, o que significa Ítaca.

Konstantinos Kaváfis, trad.Jorge de Sena

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Eu, Lenim, Serginho e a Bomba.

Morar em Maputo é assim:
Aqui na capital de Mozambique a estrutura é diferente do que estamos acostumados no Brasil, nossa casa é um lugar bem localizado, fica perto de um hotel chamado Hotel Cardoso, é um lugar alto em Maputo, ao lado tem o café Acácia que tem uma vista muito nice, é o meu lugar preferido, ainda bem que fica perto de casa. As moradias aqui são diferentes, temos algumas mansões, muitas casas mais simples, e muuuuuitos prédios antigos que servem de moradia pra classe média, alguns abrigam a classe média alta também, são prédios velhos e com fachadas descascando, quem conhece o Holliday em Recife tem uma boa referência, a diferença e que dentro dos apartamentos temos gente de classe média, mas a estrutura física as vezes assusta, no nosso caso, o nosso prédio e pequeno, apenas 2 andares e tem um formato de U, são cerca de 12 apartamentos, já contei pra alguns que é um apartamento conservado que lembra a casa da minha avó, tem taco no piso, lustres antigos e a decoração é estilo anos 80, já fui em outras casas e algumas coisas me chamaram atenção, tem banheira em todos os banheiros, o interrupitor de luz sempre fica do lado de fora do banheiro, acho que ainda vão descobrir que dentro é mais fácil de achar. Outra coisa que é comum aqui é o uso da "bomba" pra ajudar a água a chegar. Na nossa casa não é diferente, o problema é que a nossa bomba quase um ser vivo, um ser que mora com a gente, Serginho já sabe que um dia vai ter sérios problemas pelos traumas causados pela bomba, ela faz muito barulho, e o quarto dele é o mais próximo do banheiro, que é próximo do local onde fica a bomba, mas eu também me encomodo com o barulho, quando a gente liga ela faz um barulho infernal, parece um grilo com um som supersônico. Já reclamamos muito com o pessoal da empresaa que é responsável pela nossa estadia, elas mandaram arrumar óntem, pra nossa surpresa quando chegamos em casa a bomba estava silenciosa, tinha parado de funcionar. O cara que foi dar a manutenção foi arrumar e acabou sem terminar o serviço, resultado, 3 caras sem água em casa. Hoje pela manhã lá estava o nosso mecânico tentando terminar o serviço, 3 banhos de caneca e balde depois a nossa bomba voltou a funcionar, mas com o mesmo barulho.
Ainda continuamos juntos, eu, Lenim, Serginho e a Bomba.

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Peguei uma bicha.

Calma lá, pá! É só pra contar que fui ao banco e peguei uma fila. Lenim me convidou pra ir com ele ao Western Union pra mandar grana pro Brasil. A gente chegou no banco e se encaminhou para o local indicado, chegando lá tinha a "bicha" pra gente, aqui as "bichas" também são diferentes. Você chega e tem que perguntar pro último cara se ele é último, porque o último não necessariamente é ele. Os caras fazem um esquema de marcação de lugar, é assim... tô lá na filá, sou o último ai vem um cara e me diz: -Olha, vou ali preencher alguma coisa, mas tô aqui. Isso vai dando a maior confusão quando junta com uns que chegam do nada e tentam emburacar na maior cara dura. Hoje tinha um cara que tentou fazer isso. Mas ai uma moçambicana explicou pra ele que a "bicha" era mais pra trás. Ele não gostou muito, mas fez cara de desentendido, ai ajudei a explicar pro cara que ele deveria ir pro fim da filá, ele eceitou. Depois de passar pela primeira "bicha", fui pra segunda, não é que o cara chegou em mim rindo e disse: _ Tô aqui atrás. Mas ele também estava na outra "bicha". No fim ele já estava na boca do caixa quando eu tive que voltar pra entregar um comprovante. Ele estava sem o passaporte original, só uma cópia sem autenticação, e a mulher disse que não podia repitir a operação, fiquei com uma pena danada do cara. Enfim, uma confusão, mas no final tudo acabou bem.

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

O que tem e o que não tem.

Faz tempo que queria escrever sobre esse assunto. Já falei que aqui é bem diferente do Brasil, mas é difícil explicar quais são as diferenças. Ai arrumei um jeito de fazer isso.
Aqui tem carros, muitos carros, muitos importados, mas não tem guarda de trânsito, o que torna um caos dirigir, não tem essa de não poder dirigir falando no celular, aqui eles dirigem mandando mensagem de texto, param em qualquer lugar sem avisar, o que ferra todo mundo que vem atrás, aqui não existem garagens ou hábito de se parar o carro na garagem, todo mundo deixa o carro na rua, o que é bem louco, vc tá voltando do trabalho doido pra comer um lanche, que não tem depois das 24h, ai vc vê um monte de carros parados, no Brasil isso é sinal de que tem muita gente ali, não tem ninguém, lanche então nem pensar. Aqui pode mesmo estacionar na calçada, no meio, nos canteiros, pode tudo. Ônibus não tem, mas tem "chapa", são vans muito loucas que andam muito lotadas, muito mesmo, não tive coragem de entrar numa até hoje, deve ser uma das aventuras mais loucas em terras africanas. Esses dias em vi uma parando no ponto, não tem essa de mulher com criança, velinhos, todo mundo pacificamente se empurrando pra conseguir um lugar numa espécie de lata de sardinha ambulante. Aqui não tem tradição culinária, mas tem batata frita em todos os pratos, tem plantações de suco de laranja, mas não tem suco natural, só encontrei em um lugar, perto lá de casa, mas da segunda vez que fui não tinha mais. Em quase todas as casas de classe média tem tela na casa toda, janelas banheiros, cozinha, é tudo telado, e tem muito mosquito, mas ainda não vi o da dengue nem o da malária. Ninguém usa repelente, a coisa na cidade grande já é tradada como lenda. Mas tem o fantasma que me assusta muito. Tem polícia nas ruas, muita, e todos são a favor do "refresco", todos mesmo. Eles são muito inocentes, não são perigosos como no Brasil, que podem te bater e te ferrar do nada, meio bandidos, aqui eles são mais "bobos". Aqui tem muito indiano, a grande maioria tem negócios e muita grana, dizem que os mais ricos estão envolvidos com drogas e tráfico pesado, vai ver que é dai que sobram os carrões nas ruas, assim como os buracos no asfalto, será que o dinheiro pra tampar o buraco não é aquele Audi A não sei o que 3 que acabou de passar. Aqui tem eleições democráticas, mas só tem um partido com força. Só da ele nas ruas, o Frelimo, o outro não vi ainda. Bom assim são os contrastes dessa terra que estou conhecendo. Espero que vocês curtão, abraço e até o próximo post.

terça-feira, 6 de outubro de 2009

1 mês de Mozambique

Óntem completou um mês a minha temporada em Mozambique. Já me sinto mais adaptado e menos impressionado com tudo que vejo, já não ando o tempo todo como um turista tirando fotos de tudo que vejo pela frente, até fiquei meio preocupado, fazem uns 3 dias que a máquina não sai da bolsa. Quando a gente chega nesse fase tem umas coisas engradas que começam a acontecer, tipo acordar no meio da noite e se dar conta de que você está vivendo algo novo, e que a idéia e que isso ainda dure 1 ano, ai rola aquele pensamento: O que eu tô fazendo aqui? Acho que começo a ter uns contra-tempos e isso me deixa meio chateado... não estou estudando inglês como deveria, não estou me alimentando tão bem quanto deveria. E no trabalho ainda não coloquei aquele trabalho massa na rua que acaba compensando todo o resto. Acho que ele está a caminho, mas não no ritmo que eu gostaria. Valeu muito esse mês, como aprendizado do que não posso deixar de fazer, do que eu tenho que priorizar. Ainda temos 11 meses, vamos ver o que vai acontecer.

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Look in Mozambique - Parte 3

Tô bem ferrado com a minha pauta ultimamente, tô com um projeto grande, uma campanha bem legal que vai dar muitos frutos pra DDB e pra mim conseguentemente, por isso não tá sobrando muito tempo pra colocar coisas novas no blog, por isso vou colocar mais fotos pra vocês curtirem, depois que aliviar, mando mais histórias e as prometidas fotos no flickr, lookinmozambique.

Tava fotografando esse bebe elefante quando o chefe do bando apareceu.
Pense num susto.
Depois fiz essa foto que acho bem legal, o bichão indo embora pela estrada.
Nada escapa as lentes desse cara.